APOSTILAS CONCEITOS

SANEAMENTO BÁSICO

21/04/2011 11:29

 

Saneamento básico (água, esgoto e lixo)

Definição

Saneamento básico é um conjunto de procedimentos adotados numa determinada região que visa proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes.

Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar: tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem).

Com estas medidas de saneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do meio ambiente.

 

Tratamento de Água

Definição
Tratamento de Água é um conjunto de procedimentos físicos e químicos que são aplicados na água para que esta fique em condições adequadas para o consumo, ou seja, para que a água se torne potável. O processo de tratamento de água elimina qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças.

Numa estação de tratamento de água, o processo ocorre em etapas:

- Coagulação: quando a água na sua forma natural (bruta) entra na ETA, ela recebe, nos tanques, uma determinada quantidade de sulfato de alumínio. Esta substância serve para aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a argila.

- Floculação - em tanques de concreto com a água em movimento, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.

- Decantação - em outros tanques, por ação da gravidade, os flocos com as impurezas e partículas ficam depositadas no fundo dos tanques, separando-se da água.

- Filtração - a água passa por filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro.

- Desinfecção - é aplicado na água cloro ou ozônio para eliminar microorganismos causadores de doenças.

- Fluoretação - é aplicado flúor na água para prevenir a formação de cárie dentária em crianças.

- Correção de PH - é aplicada na água uma certa quantidade de cal hidratada ou carbonato de sódio. Esse procedimento serve para corrigir o PH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição.

  

Coleta seletiva de lixo

Coleta seletiva de lixo é um processo que consiste na separação e recolhimento dos resíduos descartados por empresas e pessoas. Desta forma, os materiais que podem ser reciclados são separados do lixo orgânico (restos de carne, frutas, verduras e outros alimentos). Este último tipo de lixo é descartado em aterros sanitários ou usado para a fabricação de adubos orgânicos.

No sistema de coleta seletiva, os materiais recicláveis são separados em: papéis, plásticos, metais e vidros. Existem indústrias que reutilizam estes materiais para a fabricação de matéria-prima ou até mesmo de outros produtos.

Pilhas e baterias também são separadas, pois quando descartadas no meio ambiente provocam contaminação do solo. Embora não possam ser reutilizados, estes materiais ganham um destino apropriado para não gerarem a poluição do meio ambiente. 

Os lixos hospitalares também merecem um tratamento especial, pois costumam estar infectados com grande quantidade de vírus e bactérias. Desta forma, são retirados dos hospitais de forma específica (com procedimentos seguros) e levados para a incineração em locais especiais.

A coleta seletiva de lixo é de extrema importância para a sociedade. Além de gerar renda para milhões de pessoas e economia para as empresas, também significa uma grande vantagem para o meio ambiente uma vez que diminui a poluição dos solos e rios. Este tipo de coleta é de extrema importância para o desenvolvimento sustentável do planeta.

 

Aterro sanitário

Aterro sanitário é uma espécie de depósito onde são descartados resíduos sólidos (lixo) provenientes de residências, indústrias, hospitais e construções. Grande parte deste lixo é formada por não recicláveis. Porém, como a coleta seletiva ainda não ocorre plenamente, é comum encontrarmos nos aterros sanitários plásticos, vidros, metais e papéis.

Os aterros sanitários são construídos, na maioria das vezes, em locais distantes das cidades. Isto ocorre em função do mal cheiro e da possibilidade de contaminação do solo e de águas subterrâneas. Porém, existem, atualmente, normas rígidas que regulam a implantação de aterros sanitários. Estes devem possuir um controle da quantidade e tipo de lixo, sistemas de proteção ao meio ambiente e monitoramento ambiental.

Os aterros sanitários são importantes, pois solucionam parte dos problemas causados pelo excesso de lixo gerado nas grandes cidades. 

Chorume

Chorume é uma substância líquida resultante do processo de putrefação (apodrecimento) de matérias orgânicas. Este líquido é muito encontrado em lixões e aterros sanitários. É viscoso e possui um cheiro muito forte e desagradável (odor de coisa podre).

O processo de tratamento do chorume é muito importante para o meio ambiente. Caso não seja tratado, ele pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras, legumes, etc).

Em função da grande quantidade de matéria orgânica presente no chorume, este costuma atrair moscas que também podem trazer doenças aos seres humanos.

Existe também o necrochorume que é o líquido resultante do processo de decomposição de cadáveres. Há também, neste caso, a necessidade do tratamento desta substância nos cemitérios.

 Lixo orgânico

Lixo orgânico é todo resíduo de origem vegetal ou animal, ou seja, todo lixo originário de um ser vivo. Este tipo de lixo é produzido nas residências, escolas, empresas e pela natureza.

Podemos citar como exemplos de lixo orgânico: restos de alimentos orgânicos (carnes, vegetais, frutos, cascas de ovos), papel, madeira, ossos, sementes, etc.

Este tipo de lixo precisa ser tratado com todo cuidado, pois pode gerar conseqüências indesejadas para os seres humanos como, por exemplo, mau cheiro, desenvolvimento de bactérias e fungos, aparecimento de ratos e insetos. Nestes casos, várias doenças podem surgir, através da contaminação do solo e da água.

No processo de decomposição (apodrecimento) do lixo orgânico é produzido o chorume, que é um líquido viscoso e de cheiro forte e desagradável. O chorume também é um elemento que pode provocar a contaminação do solo e das águas (rios, lagos, lençóis freáticos).

O lixo orgânico deve ser depositado em aterros sanitários, seguindo todas as normas de saneamento básico e tratamento de lixo. A população também pode contribuir para o tratamento deste lixo, favorecendo a coleta seletiva do lixo e a reciclagem.

Compostagem 

Compostagem é um processo de transformação de matéria orgânica, encontrada no lixo, em adubo orgânico (composto orgânico). É considerada uma espécie de reciclagem do lixo orgânico, pois o adubo gerado pode ser usado na agricultura ou em jardins e plantas.

A compostagem é realizada com o uso dos próprios microorganismos presentes nos resíduos, em condições ideais de temperatura, aeração e umidade.

Importância para o meio ambiente e saúde das pessoas 

A compostagem, usada principalmente na zona rural, é de extrema importância para o meio ambiente e para a saúde dos seres humanos. O lixo orgânico, muitas vezes, é descartado em lixões, ruas, rios e matas, poluindo o meio ambiente. Além disso, o acúmulo de resíduos orgânicos a céu aberto favorece o desenvolvimento de bactérias, vermes e fungos que causam doenças nos seres humanos. Além disso, favorece o desenvolvimento de insetos, ratos e outros animais que podem transmitir doenças aos homens.

Com a compostagem, além de se evitar a poluição e gerar renda, faz com que a matéria orgânica volte a ser usada de forma útil.

 

A coleta seletiva do lixo orgânico 

Para que ocorra a compostagem de forma adequada, é necessário que as pessoas realizem a coleta seletiva do lixo, encaminhando o lixo orgânico para usinas de compostagem e os resíduos sólidos para recicladores. A compostagem também pode ser realizada em casa, seguindo algumas orientações técnicas básicas.

Reciclagem

Reciclar significa transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo. Esta necessidade  foi despertada pelos seres humanos, a partir do momento em que se verificou os benefícios que este procedimento trás para o planeta Terra.

Importância e vantangens da reciclagem 

A partir da década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis  aumentou significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos países desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas posturas responsáveis: o crescimento econômico deve estar aliado à preservação do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de lixo e reciclagem de alumínio e papel, já são comuns em várias partes do mundo.

No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.

Um outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e conseguindo renda para manterem suas famílias. Cooperativas de catadores de papel e alumínio já são uma boa realidade nos centros urbanos do Brasil.

Muitos materiais como, por exemplo, o alumínio pode ser reciclado com um nível de reaproveitamento de quase 100%. Derretido, ele retorna para as linhas de produção das indústrias de embalagens, reduzindo os custos para as empresas.

Muitas campanhas educativas têm despertado a atenção para o problema do lixo nas grandes cidades. Cada vez mais, os centros urbanos, com grande crescimento populacional, tem encontrado dificuldades em conseguir locais para instalarem depósitos de lixo. Portanto, a reciclagem apresenta-se como uma solução viável economicamente, além de ser ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos são orientados pelos professores a separarem o lixo em suas residências. Outro dado interessante é que já é comum nos grandes condomínios a reciclagem do lixo.

Assim como nas cidades, na zona rural a reciclagem também acontece. O lixo orgânico é utilizado na fabricação de adubo orgânico para ser utilizado na agricultura.

Se o homem souber utilizar os recursos da natureza, poderemos ter , muito em breve, um mundo mais limpo e mais desenvolvido. Desta forma, poderemos conquistar o tão sonhado desenvolvimento sustentável do planeta.

  

Exemplos de Produtos Recicláveis

- Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requijão, etc), garrafas, frascos de medicamentos, cacos de vidro.

 

- Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens de papel.

 

- Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta, cobre, alumínio.

 

- Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos pláticos, embalagens e sacolas de supermercado.

 

Materiais não recicláveis

A reciclagem é um ato de extrema importância nos dias atuais. Além de ajudar na preservação do meio ambiente, gera renda para milhares de pessoas. Porém, por questões técnicas, nem todos os materiais descartados por pessoas ou indústrias podem passar pelo processo de reciclagem. estes, após passarem por processos industriais, não podem ser reutilizados. Grande parte destes materiais não recicláveis, tem como destino o lixo comum.

Relação de Materiais Não Recicláveis

VIDROS

- Vidro de automóveis

- Vidro de janela

- Espelhos

- Cristais

- Lâmpadas (de todos os tipos)

- Vidro de boxe de banheiro

- Vidro temperado

- Ampolas de remédios

 

PAPÉIS

- Papel celofane

- Papel carbono

- Papel Higiênico

- Guardanapos e papel toalha com restos de alimentos

- Papel laminado

- Papel plastificado

- Fraldas descartáveis

- Espuma

- Etiquetas e adesivos

- Fotografias

- Fita Crepe

 

VIDROS

- Cerâmicas, porcelanas e louças

- Acrílicos

- Boxes temperados

- Lentes de óculos

- Tubo de TV

 

METAIS

- Latas enferrujadas

- Clipes e grampos

- Esponjas de aço

- Latas de tinta, verniz, inseticida e solvente

- Aerossóis

  

 Isopor: este material (espécie de plástico) pode ser reciclado. Porém, muitas empresas que trabalham com reciclagem rejeitam o isopor em função do baixo retorno financeiro que representa.

 

* Pilhas e baterias (embora não recicláveis devem ser coletados separadamente (não descartados com o lixo comum), pois em contato com o meio ambiente podem gerar contaminação do solo e água).

 

ESGOTO DOMÉSTICO

Os esgotos oriundos de uma cidade e que contribuem à estação de tratamento de esgotos (ETE) são basicamente originados de três fontes distintas: esgoto doméstico (incluindo residências, instituições e comércio), águas de infiltração e despejos industriais. Os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,99% de água e 0,1% de sólidos, sendo essa última fração composta de sólidos orgânicos como proteínas, carboidratos e lipídeos; sólidos inorgânicos como amônia, nitrato, ortofosfatos; microrganismos com bactérias, fungos, protozoários, vírus e helmintos etc. (VON SPERLING, 1996).

 

SAÚDE PUBLICA

O conjunto de transformações produzidas pelo desenvolvimento da humanidade, principalmente no século XX, melhorou as condições de saúde em geral. Em todo o planeta, houve aumento da expectativa de vida para 65 anos, em média, e as taxas de mortalidade de crianças com idade inferior a cinco anos diminuíram (PHILIPPIS Jr. e MALHEIROS, 2005).

Essas mudanças nos padrões de consumo, principalmente na segunda metade do século XX aumentaram a demanda por recursos naturais, como no caso da água, cujo consumo no período de 1900 a 1995 aumentou seis vezes (WRI, 2000). A geração de resíduos sólidos e líquidos também seguiu a mesma tendência, além do aumento com o desenvolvimento tecnológico, também foram se alterando as características físicoquímicas desses resíduos, representando aumento do potencial de poluição e contaminação de recursos naturais (PHILIPPIS Jr. e MALHEIROS, op. cit).

A contaminação das águas naturais representa um dos principais riscos à saúde pública, sendo amplamente conhecida à estreita relação entre a qualidade de água e inúmeras enfermidades que acometem as populações, especialmente aquelas não atendidas por serviços de saneamento (LIBÂNIO et. al., 2005).

No atual estágio do conhecimento científico, torna-se redundante reafirmar a importância dos esgotos sanitários na transmissão de diversos organismos patogênicos (bactérias, vírus, protozoários e helmintos), via contaminação de águas utilizadas para recreação, fontes de abastecimentos de água para o consumo humano e irrigação e etc. (GONÇALVES, 2003).

A poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de esgoto doméstico pode impactar os indicadores de agravo à saúde e, portanto, aumentar a demanda por serviços de saúde, e absentismo a força de trabalho; aumentar os custos dos sistemas de tratamento de águas para o abastecimento para fins residências e industriais.

 

EUTROFIZAÇÃO

O maior fator de deterioração do meio ambiente está, no entanto, associado aos esgotos oriundos das atividades urbanas. Os esgotos contêm nitrogênio e fósforo, presentes nas fezes e urina, nos restos de alimentos, nos detergentes e outros subprodutos das atividades humanas. A contribuição de N e P através dos esgotos é bem superior à contribuição originada pela drenagem urbana (VON SPERLING, 1996).

Há, portanto, uma grande elevação do aporte de N e P ao lago ou represa, trazendo, em decorrência, uma elevação nas populações de algas e outras plantas. Dependendo da capacidade de assimilação do corpo d’água, a população de algas poderá atingir valores bastante elevados, trazendo uma série de problemas, como detalhado no item seguinte. Em um período de elevada insolação (energia luminosa para a fotossíntese), as algas poderão atingir superpopulações, constituindo uma camada superficial, similar a um caldo verde (VON SPERLING op. cit).

Esta camada superficial impede a penetração da energia luminosa nas camadas inferiores do corpo d’água, causando a morte das algas situadas nestas regiões. A morte destas algas traz, em si, uma série de outros problemas. Estes eventos de superpopulação de algas são denominados floração das águas.

 

SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS

As principais unidades componentes de um sistema de esgoto sanitários são:

· Rede Coletora: Trata-se das tubulações que recebem os esgotos gerados nas residências, estabelecimentos comerciais e industriais, etc. É implantada sob via pública ou passeios, sendo dotada de poços de visita, para inspeção e introdução de equipamentos de limpeza. Há predominância na utilização de tubulações de 150mm.

· Interceptores: São tubulações implantadas ao longo dos cursos d'água, que têm as funções de receber os esgotos coletados pelas redes coletoras e conduzi-los ao emissário ou diretamente às estações de tratamento. São assim denominados por interceptar ou impedir que os efluentes das redes coletoras sejam lançados nos rios ou córregos se tratamento.

· Emissário: tubulação que conduz os esgotos dos interceptores à Estação de Tratamento.

· Elevatórias de Esgoto: são estações de recalque concebidas para bombear os esgotos de uma cota inferior para pontos mais elevados. Faz-se necessário implantá-las nos bairros situados em cota mais baixa, com a finalidade de conduzir os esgotos para a Estação de Tratamento de Esgotos ou mesmo para redes coletoras.

· Estação de Tratamento de Esgotos: destina-se à depuração dos esgotos produzidos na cidade. Existem vários processos de tratamento a serem selecionados em função dos seguintes fatores: tamanho da população, condições climáticas da região, área disponível para a estação, grau de poluição dos esgotos, porte do corpo receptor, etc (VON SPERLING, 1996).

· Emissário Final: canalização que conduz os efluentes da Estação de Tratamento de Esgotos, já despoluídos, ao corpo receptor, que pode ser córrego, rio, lago, etc.

 

NÍVEIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

As principais unidades componentes de um sistema de esgoto sanitários são:

· Preliminar: remove poluentes que podem causar problemas operacionais na planta ou aumentar o serviço de manutenção de equipamentos;

· Primário: remove parte dos sólidos em suspensão sedimentáveis e parte da matéria orgânica, utiliza-se opções físicas como peneiramento e sedimentação;

· Secundário: remove a matéria orgânica, sólidos em suspensão e dissolvidos, a desinfecção também pode ser incluída. São utilizados principalmente os processos de tratamento biológico, como lodo ativado, lagoas de estabilização e etc.;

· Terciário: maior eficiência na remoção de nutrientes, principalmente fósforo e o nitrogênio e também de compostos tóxicos ou não biodegradáveis, Osmose reversa, troca iônica e etc (PHILIPPI Jr., 2005).

 

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS

O tratamento de águas residuárias é realizado por meio de operações físicas unitárias e processos químicos e biológicos, que são agrupados de forma a compor o sistema, cujo nível de tratamento dependerá do conjunto adotado (PHILIPPI Jr., 2005).

Operações físicas unitárias são métodos de tratamento nos quais predominam a aplicação de processos físicos, como gradeamento, mistura, sedimentação, flotação e filtração (HENZE et al. 1995).

Já os processos químicos são métodos de tratamento em que a remoção ou conversão dos poluentes se faz pela adição de produtos químicos ou outras reações químicas, como desinfecção e precipitação e adsorção por leito de carvão ativado (HENZE op. cit).

Os processos biológicos dependem das condições em que se realiza a atividade biológica para a remoção de poluentes, como o processo de estabilização da matéria orgânica no qual os microrganismos se alimentam convertendo a matéria orgânica em gases, água e outros compostos inertes, além de tecido celular biológico que decanta como lodo (METCALF e EDDY, 1991). Esses processos podem ser também utilizados para remover nutrientes, principalmente dos compostos que contêm nitrogênio e fósforo (PHILIPPI Jr., op. cit).

De forma geral, os tratamentos biológicos podem ser utilizados na maioria dos projetos de tratamento de águas residuarias, mas em caso de efluentes tóxicos ou de baixa biodegradabilidade os processos físico-químicos mostram-se mais adequado.

 

TIPOS USUAIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Fossas Sépticas

Tratamento primário de esgoto, tipo biológico com eficiência de remoção de 70 a 80%, onde a velocidade e a permanência do líquido na fossa permitem a separação da fração sólida do líquido, proporcionando digestão limitada da matéria orgânica e acúmulo dos sólidos (HENZE et al., 1995).

 

Sumidouros

São unidades capazes de receber a parte líquida proveniente das fossas sépticas e têm a função de permitir sua infiltração no solo.

 

Tanques Imhoff

Unidades compactas, possuindo em um mesmo tanque, as unidades de decantação e digestão do lodo, dispostas de tal maneira que um processo não interfira no outro.

 

Filtros Biológicos

O tratamento em filtros caracteriza-se pela alimentação e percolação contínua de esgotos através de um meio suporte, comumente constituído de pedras ou pedregulhos. A passagem constante de esgotos nos interstícios promove o crescimento e a aderência de massa biológica na superfície do meio suporte, realizando desta forma a clarificação dos esgotos (HENZE et al., 1995).

 

Lagoas de Estabilização

As lagoas de estabilização são grandes tanques escavados no solo, nos quais os esgotos fluem continuamente e são tratados por processos naturais. Bactérias e algas são os seres vivos que habitam as lagoas, coexistindo em um processo de simbiose e, desta forma, trata-se os esgotos através da decomposição da matéria orgânica pelas bactérias.

 

Conforme o processo biológico que nelas ocorre, as lagoas são classificadas como:

Lagoas Anaeróbias

Nelas ocorrem simultaneamente os processos de sedimentação e digestão anaeróbia, não havendo oxigênio dissolvido. No fundo permanece um depósito de lodo e na superfície formam-se bolhas de gás resultantes da fermentação do mesmo. Estas lagoas admitem cargas elevadas, reduzindo-as em cerca de 50%, sendo, portanto comumente utilizadas como lagoa primária de uma série de lagoas (VON SPERLING, 1996).

 

Lagoas Aeróbias

Projetadas de maneira a existir oxigênio dissolvido em toda massa líquida, ocorrendo apenas o processo aeróbio. Ocupam áreas maiores que outros tipos de lagoas, sendo por isso, pouco utilizadas (VON SPERLING, op. cit).

 

Lagoas Facultativas

Operam em condições intermediárias entre as aeróbias e anaeróbias, coexistindo os processos encontrados em ambas. O princípio de funcionamento já foi descrito anteriormente (VON SPERLING, op. cit).

 

Lagoas de Maturação

Sua finalidade principal é a remoção de organismos patogênicos, sólidos em suspensão e nutrientes. São utilizadas após o tratamento secundário dos esgotos, realizados em lagoas ou não, com o propósito de melhorar a qualidade do efluente.

 

Lagoas Aeradas

O oxigênio a ser utilizado no processo biológico é introduzido mecanicamente através de aeradores, com a finalidade de manter a concentração de oxigênio dissolvido em toda ou parte da massa líquida, garantindo as reações bioquímicas que caracterizam o processo. (VON SPERLING, 1996).

 

Tratamento por Lodos Ativados

O processo dos lodos ativados é biológico e o nível e secundário, a eficiência de remoção de DBO é de 80 a 90%. Nele o esgoto afluente e o lodo ativado são intimamente misturados, agitados e aerados em unidades chamadas tanques de aeração, para logo após se separarem em decantadores (RICH, 1980).

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