Vamos trocar o disco?

Há de se instituir limites para intervenções autoritárias em países soberanos. Não cabe mais nesse mundo, decisões unilaterais e autoritárias de quem quer que seja para quem quer que seja, por considerar zona de sua influência, uma nação reconhecidamente soberana e independente. O conflito na Ucrânia não é só pelo desejo de expandir seus negócios para o resto do mundo ou pela ameaça de romper laços com a Rússia, fatores irrelevantes ou de pouca importância, se não fosse um território estratégico militar. A ambição da Rússia em anexar países soberanos ao seu território, por considera-los zonas de sua influência, foram histórias passadas. Já está na hora de trocar o disco. O mundo já está cansado de ouvir tocar mesmices ao longo dos tempos. No decorrer de toda a nossa história eu comparo esses conflitos a brigas infantis, tais como: “Eu quero isso para mim, se não me der, vou te dar porrada”, e “Vamos cruzar os dedos mindinhos para ficarmos de mal”. Mas infelizmente, esses históricos conflitos pelo poder centralizador aliado a ambição econômica, camuflados pelos ideais étnicos, teológicos ou partidários, causaram milhares de mortes. A perigosa intenção de Vladimir Putin querer a qualquer custo, colocar a Rússia em pé de igualdade com os E.U.A, China e a União Europeia, é uma séria ameaça a paz mundial. Será que não aprendemos nada com as barbáries praticadas no passado não tão distante assim? Por que gastamos tanto dinheiro em tecnologia na exploração do universo para encontrar vida inteligente, se mal conseguimos arrumar a bagunça que fizemos em nossa casa? 

ENTENDA A CRISE NA UCRÂNIA.

O país da Ucrânia, historicamente conhecido como “O celeiro da Europa”, é um grande produtor agrícola que possui cerca de 65% dos seus solos férteis, o que o possibilita dominar as culturas de trigo, cevada, milho, centeio, beterraba, açúcar, girassol, algodão, batatas, legumes, aveia, painço e trigo sarraceno, além possuir uma grande reserva de gás e estabelecer em seu território, um estratégico canal de distribuição de gás vindo da Rússia e da Belarus para a Europa. Já os solos na parte oriental da Ucrânia, foram em grande parte contaminados pela radioatividade, após o acidente da central nuclear de Chernobyl, em 1986. Após a sua independência, foi assinado com a Rússia em 2010, um contrato até 2024, permitindo a esquadra russa basear-se na cidade de Sevastopol, região da Criméia margeada pelos Mares Negro e Azov, na condição de receber o gás russo mais barato. Desde o colapso da Rússia em 1991, o país é dividido culturalmente, pelo leste influenciado pela Rússia e, oeste pela sua identificação com a Europa ocidental, mas sempre mantendo laços econômicos, tanto com a União Europeia quanto com a Rússia. A crise na Ucrânia teve início em novembro de 2013, quando o presidente ucraniano Victor Yanukovych influenciado pelo Presidente da Rússia Vladimir Putin, decidiu manter relações somente com a Rússia por meio de uma *união aduaneira e, abandonar a intenção de integrar-se com a União Europeia. Em 20 de fevereiro, a população ucraniana insatisfeita com a decisão do governo, iniciou em Kiev (Capital da Ucrânia), uma intensa manifestação para retirar o presidente Ucraniano do poder, deixando um saldo de 80 mortes e 500 feridos. No sábado (22 de fevereiro), o presidente ucraniano deixa o país e refugia-se em Sochi(Rússia), sendo substituido no dia seguinte pelo presidente interino Olexander Turchinov. A crise no país foi acirrada quando a região autônoma e independente da Criméia de "língua predominante russa", foi invadida em 28 de fevereiro pelo exército do Vladimir Putin, com a clara intenção de difundir o separatismo e utilizar-se do **plebiscito ilegal para anexá-la ao seu território.

*UNIÃO ADUANEIRA 

É uma área de livre comércio com uma tarifa externa comum, ademais de outras medidas que conformem uma política comercial externa comum. Entre um grupo de países ou territórios que instituem uma união aduaneira, há a livre circulação de bens (área de livre comércio) e uma tarifa aduaneira comum a todos os membros, válida para importações provenientes de fora da área. Os países ou territórios que a adotam costumam ter por objetivo aumentar a sua eficiência econômica e estabelecer laços políticos e culturais mais estreitos entre si. A união aduaneira é formada por meio de um acordo comercial.

**PLEBISCITO