Quatro países e um arquipélago.

Fonte: Reuters

Situadas no Mar da China Oriental, e com um grande potencial para a exploração de gás e petróleo, as oito ilhas desabitadas, estatizadas e controladas pelo Japão, são denominadas de Senkaku. Para os chineses, as ilhas são denominadas de Diaoyu. Já para os taiwaneses, as ilhas são denominadas de Tiaoyutai.

No sábado (23/11/2013), a China impôs unilateralmente a ampliação do seu espaço aéreo até a região, causando a indignação do Japão. Taiwan, que também reivindica o direito de posse das ilhas e, a Coreia do Sul, rejeitam a medida chinesa.

Na minha opinião, um acordo justo entre China, Japão e, Taiwan, para a exploração das fontes energéticas, é a melhor solução, já que os interesses no petróleo e gás da região é sem dúvida a principal causa desse perigoso conflito. 

Que prevaleça o bom senso e a sabedoria milenar do oriente .

SABEDORIA ORIENTAL

"Devemos ser sábios e persistentes como a água que desce a montanha, e nos caminhos mais estreitos e tortuosos aumentará sua velocidade, e quando se encontra diante de um obstáculo, buscará sempre um caminho alternativo, mas quando não encontra alternativa, encara o obstáculo de frente, e cautelosamente ganha volume e força para superá-lo e seguir sua jornada. Nessa jornada se unirá a outros rios, que também descem a montanha ganhando mais força pra chegar ao seu destino final, e aprende em sua jornada, que é na queda que a água produz energia, e ainda sim segue seu caminho".

"Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás."

História das ilhas 

1785 - Shihei Hayashi faz um mapa e descreve essas ilhas como território chinês. Um dos argumentos utilizados pelos chineses para reivindicar a posse do arquipélago. 

1879 - O  arquipélago de Senkaku é considerado pelo Japão, parte integrante da província de Okinawa. 

1881 - O Japão define o arquipélago como parte da província de Okinawa. Não foram feitos acordos com relação ao arquipélago, e o argumento do governo japonês se resume na lei do usucapião, já que as ilhas eram desabitadas. O governo chinês não protestou a posse das ilhas nesse momento. O governo japonês deu a posse de algumas ilhas à família Koga, que as ocupou até a segunda guerra mundial,  beneficiando-se com a exploração da matéria prima encontrada no arquipélago. 

1895- O  arquipélago Senkaku é anexado oficialmente à provincia de Okinawa durante a guerra sino-japonesa (1894-1895), passando então a pertencer ao Japão de acordo com o Tratado de Shimonoseki, assinado em 17 de abril . O tratado pôs fim à primeira guerra sino-japonesa a favor do Japão, vencedor do confronto. Neste tratado, a China reconhecia a independência da Coreia e renunciava a qualquer reivindicação territorial sobre esse país que, na prática, ficava sob influência japonesa. A China também cedeu ao Japão a península de Liaodong - que mais tarde seria forçado a cede-la para a Rússia. O Japão também ficaria com Jiaozhou, no extremo sul da província de Liaoning, bem como a ilha de Taiwan e o arquipélago das Ilhas Pescadores. Além das perdas territoriais, a China comprometia-se a  pagar ao Japão 200 milhões de taéis (o equivalente a 150 milhões de dólares naquela época) e, a liberar os seus portos e rios ao comércio internacional.  

1914 - O Império Japonês envia um ultimato para a Alemanha solicitando a retirada de suas tropas de Jiaozhou(nordeste da China). A Alemanha nega-se a retirar-se de Jiaozhou. Em 23 de agosto, o Japão entra na primeira guerra mundial do lado dos aliados, ocupando as posses alemãs nas ilhas Carolinas e Marianas.

1915 -  Em 25 de maio, o Japão apresenta as Veintiuna Demandas ao governo Chinês, obrigando a China não alugar ou ceder qualquer território em frente a Taiwan a nenhum país exceto o Japão.

1919 - Um navio chinês naufraga próximo das ilhas Senkaku, e seus tripulantes são socorridos pelo prefeito da cidade de Ishigaki, que no ano seguinte (1920) recebe uma gratificação do consul chinês, que no texto escreve o nome das ilhas Diaoyu com endereço japonês, o que seria um argumento para o Japão fortalecer seu direito de posse. No artigo 156 do "Tratado de Versalhes", a República da China perde as concessões de Shandong para o Japão, causando grande indignação dos chineses, o que levou ao Movimento de Quatro de Maio e o não reconhecimento ao"Tratado de Versalhes" . 

1921 - Em setembro, a China assina em separado com a Alemanha, a declaração do fim da primeira guerra mundial.

1931 - O Japão ocupa a Manchúria(China).

1936 -  O Japão assina em 25 de novembro, o tratado Anti-Comintern (Anti-Internacional Comunista) com a Alemanha Nazista contra a União Soviética e o movimento comunista internacional, acabando com as hostilidades da primeira guerra mundial declarando interesses comuns. 

1937 - Em 8 de julho, trava-se a segunda guerra sino-japonesa. O Japão inicia sua campanha expansionista ocupando boa parte da China, Coreia e, outras ilhas da região. Em 13 de dezembro, Nanquin(China) sucumbe ao ataque japonês. A Invasão ficou marcada como "Massacre de Nanquin" ou "Estupro de Nanquin", em virtude do exército japonês ter cometido inúmeras atrocidades até o início de fevereiro de 1938, promovendo estupros, saques, incêndios criminosos e execuções sumárias de presos militares e civis chineses.

1938 -  Em 29 de julho, os japoneses invadem a Mongólia (Rússia) e, são derrotados  pelo exército soviético na Batalha do Lago Khasan. 

1939 - A liga das nações (E.U.A., Reinio Unido, Austrália e Países Baixos) desaprovam a ambição expansionista do Japão. Os E.U.A. decidem terminar o contrato comercial com o Japão, embargando a exportação de metais e gasolina, fechando o canal do Panamá para os navios comerciais japoneses. 

1940 - Em 27 de setembro, o Japão assina o Pacto Tripartite com a Alemanha Nazista e a Itália Fascista, para formar os poderes do eixo. O Japão ignora o ultimato dos E.U.A. e avança para o norte da Indochina(Vietnã, Laos e Camboja). Em resposta à ambição expansionista do Japão, os E.U.A. decidem cortar a exportação de petróleo e congelar todos os bens japoneses. 

1941 - Em 7  de dezembro, a Marinha Imperial Japonesa ataca de surpresa a base americana de Pearl Harbor na ilha de Oahu, Havaí. Em 8 de dezembro, o exército imperial japonês  desembarca nas Filipinas, na Indochina Francesa(Laos, Vietnã e Canboja) e, na colônia britânica de Cingapura, ocupando todos os territórios em abril de 1942. Em11 de dezembro, a Alemanha Nazista declara guerra aos E.U.A. O ataque a base naval de Pearl Harbor e a declaração de guerra da Alemanha Nazista, marcaram a entrada dos E.U.A. nas guerras do Pacífico contra o Império Japonês, e da Europa contra a Alemanha Nazista. De 1939 a 1942, os poderes do eixo (Alemanha Nazista, Itália Fascista e Império do Japão), alcançavam sucessivas vitórias. A Alemanha Nazista, destruiu parte da Inglaterra e conquistou: o norte da França, Dinamarca, Iugoslávia, Polônia, Bélgica, Holanda, Noruega, territórios no norte da África e, todas as repúblicas da Rússia com excessão de Moscou. O Japão Imperial anexou a Manchúria aos territórios ocupados. Já a Itália Fascista, somou a Albânia e territórios da Líbia, aos territórios já ocupados.

1943 - Em 27 de novembro, os E.U.A., Reino Unido e, a República da China, através da declaração do Cairo, reindivicavam à China todos os territórios que o Japão conquistou. 

1944 - Em 25 de novembro, 27 caças bombardeiros Kamikazes (operações suicídas praticadas com aviões bombardeiros tripulados, criadas por Takijiro Onishi - vice-almirante  e  vice-chefe do Estado Maior Geral da Marinha Imperial do Japão) sob o comando do tenente Kimiyoshi Takatake, atacaram os porta-aviões norte-americanos Essex e Independence.

1945 -  Em 26 de julho, os EUA, Reino Unido e a República da China lançaram a Declaração de Potsdam (termos de rendição do Japão), para executar a Declaração do Cairo. Após a Campanha de Guadacanal, o Japão vinha acumulando sucessivas derrotas para os aliados em operação no Pacífico e, mesmo assim, não admitia entregar-se. Por ordem do Imperador, os militares japoneses teriam que defender os territórios ainda ocupados até o último homem. Para evitar milhares de mortes desnecessárias de soldados em uma guerra que parecia não ter fim, em 06 de agosto, às 8:15 da manhã, os E.U.A. lança a primeira bomba atômica apelidada de “Little boy” em Hiroshima, causando 140.000 mortes. O Japão ainda assim resistia. Em 8 de agosto, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Manchúria e da Coreia. Em 9 de agosto, é lançada a segunda bomba atômica apelidada de “Fat Man” em Nagasaki causando 80.000 mortes. Temendo o terceiro ataque atômico, o Japão reconhece a derrota. Em 2 de setembro, envia os seus oficiais representando o Imperador, para assinarem a ata de rendição do Japão na presença do general americano Richard K. Sutherland, a bordo do USS Missouri.

1951 - Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos Aliados, foi definido que o Japão deveria devolver todos os territórios ocupados militarmente, e coube aos Estados Unidos decidir o que seria do Japão. Em 8 de setembro, na California(E.U.A.), foi assinado oficialmente por 49 países, o "Tratado de São Francisco" (não reconhecido pela China), que passou para os americanos o controle da região de Okinawa - base militar e campo de treinamento dos E.U.A., incluindo o arquipélago Senkaku. O Japão renuncia a sua soberania de Formosa e Pescadores, não estabelecendo sua disposição final. Formosa e Pescadores passam a ser administradas pela China como parte da província de Taiwan. 

1968 -  Em 12 de outubro, a ECAFE (UN Economic Commission for Asia and the Far East) inicia pesquisas submarinas no entorno do arquipélago de Senkaku, que dura até 29 de novembro, dando sinais de que a região seria rica em gás e petróleo. Então a partir do ano seguinte, a República da China e a República Popular da China começam a reivindicar a posse do arquipélago.

1971 - Em 9 de abril, os E.U.A. declaram a devolução do arquipélago Ryukyu (incluindo as ilhas Senkaku) ao governo japonês, e que o problema da posse deveria ser resolvido entre as partes envolvidas. Houve uma série de protestos, e um dos líderes do protesto nos EUA é o atual chefe do governo Taiwanes Ma Yinjiu.